Girl do girl

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Postado por Willow, a Bruxa | Às 13:55 | Em

Putz. Séculos que não piso aqui. Não sei porque nosso lindo banner sumiu. Não tá aparecendo aqui. Sei nem como conserto. Enfim, passei pra deixar um videozinho pra vocês. Achei uódafóqui, mas certeza que a galere vai gostar.



E já que é pra indicar, recomendo esse tumblr FORTEMENTE.


UPDATE: Consegui consertar o banner. :)

Enquete do Senado: tristes conclusões

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Postado por Willow, a Bruxa | Às 09:21 | Em

O assunto desse mês, para muitos, foi a enquete que o Senado fez para o mês de novembro, que pode ser visualizada nessa página.

A pergunta foi:

Você é a favor da aprovação do projeto de lei (PLC 122/2006) que pune a discriminação contra homossexuais?

O resultado começou oscilando até que o "sim" alcançou 70%. Um grupo chamado "Internautas Cristãos" iniciou uma campanha para que cristãos votassem no "não". Havia inclusive postagens que ensinavam as pessoas a burlar a enquete, apagando cookies e assim votando várias vezes no "não" como pode ser visto aqui.

Em um dado momento a equipe que coordena as enquetes no site do Senado percebeu que estava havendo uma fraude: o número de votos cresceu absurdamente em poucas horas. A esquete foi suspensa e os resultados zerados. Os internautas cristãos acusavam os "gayzistas" de teram hackeado a enquete, apesar do "não" estar vencendo quando houve o tal hackeamento.

No exato momento em que escrevo esse post o "não" vence com 50, 82%.

Não me importo mais com o resultado dessa enquete. Ela se encerra ao fim desse mês e provavelmente o resultado não mude. Provavelmente o "não" ganhe.

Mas eu tirei algumas conclusões dessa história toda.

1. A enquete foi mal formulada. Talvez até mal intencionada. Porque a PLC 122/2006 não pune apenas a discriminação contra homossexuais. A lei pune "discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero". Ou seja, abrange a discriminação a outras minorias. Porque então colocar na enquete que a lei puniria apenas quem discriminasse homossexuais? Estranho.
2. Existe um grupo muito bem empenhado em não deixar essa lei ser aprovada, assim como derrubar qualquer aparato a favor dos direitos homoafetivos. O site que linkei acima, dos internautas cristãos são apenas um exemplo. Em fóruns pelo Orkut é possível ver bem mais. São pessoas profundamente organizadas e empenhadas em retirar ao máximo os direitos de pessoas que nada fizeram a elas, senão existir.
3. Isso nada tem a ver com "liberdade de expressão". Os que são contra a lei por afirmar que ela criaria uma "mordaça gay" não conseguiram até agora explicar porque quem chama alguém de "neguinho" é punido e quem chama de "viadinho" não pode ser. Ou seja, punir discriminação de raça tá correto e punir discriminação de orientação sexual é "mordaça"? Não, né.
4. Isso nada tem a ver com "liberdade religiosa". Os que afirmam que a lei feriria seu direito de seguir a Bíblia esquecem que o mesmo capítulo que diz que homossexualidade é pecado também diz que podemos ter escravos, entre outros costumes já banidos da sociedade atual. Ou seja, a Bíblia é interpretada por eles apenas no que lhe é conveniente. O que não for, eles interpretam como costume da época, já o que for conveniente deve ser seguido literalmente como está no texto. Esses "cristãos" são apenas pessoas preconceituosas usando a Bíblia como pretexto irrefutável para praticar seus crimes de discriminação.
5. Os homossexuais estão muito pouco empenhados. Demorei séculos para saber que essa lei não punia a discriminação a outras minorias também. Isso que eu tava lendo quase tudo sobre isso em veículos gays. Os próprios gays, quando defendem a lei, não tem conhecimento da abrangencia dela. Há muita desinformação. E pouca organização. Porque há organização para fazer paradas, mas não há para ir a Brasília pedir para aprovação da lei. Para mostrar que pessoas do Brasil todo esperam pela sua aprovação. Um grupo levantou essa possibilidade em uma comunidade do Orkut, mas poucos se manifestaram interessados. A sensação que dá é que a maioria de nós só quer festa e está pouco interessada na conquista de nossos direitos.

Bom, eu não sou assim. Estou muito interessada na aprovação dessas lei, assim como a que torna possível a união civil. Porque eu sinceramente não tenho interesse no oba-oba das paradas gays, que infelizmente deixaram de ter sua força social e política para se transformar em uma micareta (E quem defende as paradas há de concordar comigo em ao menos uma coisa: elas já foram importantes, mas hoje estão desvirtuadas de eu propósito inicial. Outras soluções precisam ser encontradas). Eu tenho interesse em casar, em ter filhos. Mas casar no papel. E poder levar meus filhos no colégio sem ser discriminada. Eu não quero mais do que todos já têm direito. E não vou calar nem me distrair em relação a isso.

Sei lá, alguns de nós precisam acordar.

Não-ista

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Postado por Willow, a Bruxa | Às 13:52 | Em

Nunca gostei muito de feminismo. Nada contra as feministas, mas assim como não gosto do machismo acredito que qualquer "ismo" é alguma forma de alienação. É alguma forma de fechar os olhos para a realidade de algum grupo concentrando-se apenas em defender e justificar os próprios interesses.

Posso pensar assim não posso? Ah, posso. No entanto, nem se preocupem. Eu não vou tentar convencer ninguém de meu ponto de vista. Não vou cutucar ninguém com meus argumentos. Aí é que entra meu segundo repúdio desse post: não curto militância. Porque, gente, não tem coisa pior do que alguém chegar e lhe evangelizar com alguma ideologia. E tenho pra mim que ideologias são os sonhos dos outros. Não os meus. Os meus sonhos eu sonho sozinha, pode deixar. E também não vou tentar convencer ninguém disso.

Estou postando isso porque feminismo e militância são coisas comuns entre as lésbicas. E poxa, me incomoda. É compreenssivel que essas duas coisas existam entre nós, já que somos mulheres e muitas vezes somos desprestigiadas por isso, assim como também muitas sofrem discriminação por sua sexualidade. E compreendo que seja comum, mas não gosto. Posso não gostar, não posso? Ah, posso.

Posso porque prefiro enxergar aos coisas com a mente aberta para compreender todos, até aqueles que não fazem parte de minha condição. Compreendo os machistas e homofóbicos. Sim, compreendo, mas isso não significa que eu goste deles. Eu posso não gostar, lembra? Isso não significa que eu pense que eles estão corretos, mas prefiro entender o porquê deles pensarem assim do simplesmente condená-los a vilões e perseguí-los como baratas. Até porque eu não persigo baratas. Eu saio chorando atrás de alguém para matá-las.

E isso também não significa que eu me ausente dessas discussões. Apenas não quero apontar minha opinião como a mais correta de todas e achar que aqueles que não concordam comigo não são humanos. Ou são monstros. Eu não acredito em monstros, se querem saber. Eu acredito em pessoas desinformadas, em pessoas que vivem realidades diferentes da minha, pessoas que cesceram ouvindo coisas diferentes que eu. Porfim, acredito que um pouco de informação e educação podem pouco a pouco modificar as coisas como elas estão.

O mundo não vai mudar se você gritar. Ele vai no máximo lhe olhar com estranhamento. E não é assim que eu quero que olhem para mim. Justo eu, que não desejo olhar assim para ninguém.

The L "worLd"

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Postado por Xenah | Às 07:03 | Em

Okay, eu admito, entendia The L worLd(mundo) no início. E é claro que é The L "word" (palavra). Mas a verdade é que qualquer uma das formas daria certo, muito certo, porque o título é o de menos quando a série é tão boa!

Eu também achava que seria só putaria intercalada a um ou dois diálogos para "tirar de onda". E tem sim putaria, mas é tanto mais que isso! Se eu tentar encontrar uma expressão pra definir a filosofia da série, seria: Hey, acostume-se a entender e aceitar as diferenças, porque se não fizer, elas ainda assim existirão!

Baby, não tem como dar errado: mulheres bonitas, modernas e divertidas, diálogos muito bem escritos e cenas bem apimentadas para uma série (digamos assim), e um mundo, um mundo todinho do seu jeito! Sim, claro, seu mundo, o mundo L. Imagine sair para tomar café no "the planet" um bar/café/casa de shows super lésbico, dar de cara com uma shane com cabelo bagunçado pela rua, ouvir o programa de rádio da bissexual alice, e assistir às aulas de arte da interessantíssima Bette Porter...


Incrível, não? Mas esse mundo existe sim, e nem é outro, trata-se deste mesmo! Mulheres com orientação sexual diferente existem em todo canto, segmentos e profissões, só precisamos estar com os olhos treinados para encontrá-las, porque infelizmente não dá pra reunir todas elas no Quadro da Alice. *

A diferença entre nosso mundo e o do The L word talvez seja só uma: Lá elas não estão escondidas.






*Um projecto pessoal na qual representa todas as relações entre mulheres de que tem conhecimento, criando assim uma rede de ligações sexuais e amorosas.

Cereja do bolo

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Postado por Willow, a Bruxa | Às 17:38 | Em

Por Willow, a Bruxa.


Primeiro post.

A vontade de fazer um blog surgiu de um desabafo no msn, quando eu explicava porque não assistia The L World. Porque eu não assisto? Simples, porque oi? Minha vida não é assim. Aqui em Strong City a situação não tá fácil não. A maioria das fanchas que eu vejo por aqui são caricaturas de si mesmas.

Sabe quando alguém é caricatura de si mesma? Primeiro lembro que caricatura é um desenho de alguém em que suas características mais chamativas são exageradas. Uma pessoa que acha que a única coisa que tem para diferenciar-se das outras é ser lésbica tranforma-se em uma caricatura de si mesma.

Na boa? Cansei desses tipinhos que não tem outro assunto a não ser serem lésbicas. Todo o humor delas são pautados em serem lésbicas. Os assuntos, as piadas internas, tudo. Como se elas só fossem isso: lésbicas.

Uma mulher pra ser interessante precisa ser bem mais do que isso. Não pode ser apenas Fulana, a lésbica. Deve ser Fulana, a engraçada, a inteligente, a que gosta de gatos, a arquiteta (ou outra profissão), a que gosta de vinho branco, a que prepara drinks maravilhosos, a que é fã de Caetano, a que tem medo de gafanhotos, a que tatuou uma rosa vermelha na perna, a que tem cabelos cacheados e é lésbica. Pronto. Ser lésbica não deve ser a qualidade de maior valor de alguém. Deve ser a cereja do bolo. O bolo é que nos abre o apetite.
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Letícia Birkheuer, especialmente para o Fancha Laranja, em um ensaio que interpreta literalmente minha teoria.

Tá. Mentira. Foi pro aniversário de 1 ano da revista Gloss.

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Bonna Apetite!